17 abril, 2008

Inevitável



"Inevitável foi o toque
a procura
a consumação da loucura
a transformar nós dois
em um.

Nada foi comum
Tudo foi vital
anormal...dentro da normalidade contida
no ato.

Inevitável foi o tacto
e meus seios foram teus... tudo... o corpo todo
sentiu-te em golosas entranhas
nas loucas manhas
da manhã-festim...

Inevitável
tactear-me em falso
pra sentir-te pleno
em mim..."

18 fevereiro, 2006

Posse intemporal


"Fazer amor contigo
não é espelhar teu corpo nu
no vítreo do meu espaço
não é sentir-me possuída
ou possuir-te

É ir buscar-te
ao abismo de milénios de existência
e trazer-te livre."

07 janeiro, 2006

Prazer

Beijo.te os ombros, as costas...o corpo.
Sinto a tua pele macia fria, ansiando por contacto...
Toco.te.
Percorro todo o teu corpo com a palma das mãos...
descubro.te.
Sinto.te tremer de
desejo.
"Também te quero!"
Beijo.te mais... quero sentir o teu cheiro nos meus lábios e cheirar o teu sabor.
Encosto.me a ti...encontras no meu peito o calor que desejavas.
Subo e desço por ti.
O quarto fica mais quente, o ar mais pesado e a o respirar mais intenso.
Queres-me tocar também. "Não ainda não!"
Deixa-me dar-te mais prazer...deixa-me sentir.te mais.
Os corpos começam a ondular...puro reflexo de procura de prazer.
Percorro.te mais...toco.te...sinto.te...agarro-o...
Sinto-o quente e a pulsar de excitação.
O teu sentir torna-se o meu sentir.
Sussurro.te ao ouvido: "Vira.te para mim"
Queres-me como eu te quero.
Viras-te depressa, procuras-me ofegantemente.
"Beija.me! Toca.me! Agarra.me! Entra em mim!"
Acedes aos meus desejos e os corpos voltam a ondular, desta vez numa procura consciente.
Uso-te para alcançar o culminar do prazer e tu usas-me a mim.
Por instantes morremos, o cérebro desliga, o tempo esvanece-se e só existe o Nós.

21 dezembro, 2005

Desejo

Característica dos seres imperfeitos e finitos...sentimento que nos torna vulnerável, frágil, marionete às mãos do desejado. Mas viver para sempre sem poder desejar ou sentir o desejo de possuir alguém ou algo não passa de um vivência vazia. Vivo por desejos, por vontades às vezes proibidas, por desejos impossíveis muitas vezes alcançaveis...

"Deita-me na cama,
crava-te em mim,
faz-me suspirar o teu nome
e amar-te vezes sem conta
enquanto te digo ao ouvido
"desejo-te...desejo-te loucamente"...

E tu me perguntas:Desejas-me porque me amas
ou amas-me porque me desejas?

E eu páro a nossa valsa
e gemo antes do orgasmo:
Desejo-te porque és tu,
amo-te porque és assim...
Tão imperfeitamente meu."

01 dezembro, 2005

Hedonismo


"We recognize pleasure as the first good innate in us, and from pleasure we begin every act of choice and avoidance, and to pleasure we return again, using the feeling as the standard by which we judge every good."
Epicurus